terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A falta de posts não se deve à falta de acontecimentos horríveis, só à minha tristeza em recapitular os horrores do último mês, o pior de todos os tempos.

Agora, por exemplo:

No serviço público tem uma coisa muito imbecil cujo nome oficial não vou dizer, porque não quero que encontrem este blog nessas buscas, mas é um esquema que faz com que aposentados voltem a trabalhar como estagiários, só que pior. eles recebem 11 meses de salário e o mês de "férias" é uma pausa obrigatória não remunerada, também obrigatoriamente em julho. (Essa informação é importante pra futuras histórias em que eu sou coagida a trocar minhas férias OFICIAIS pra que um véio aleatório possa IRREGULARMENTE sair de férias quando eu já tinha escolhido).

Aí tem essa pessoa que trabalha próxima de mim (tem vários desses por aqui, mas eu só tenho a infelicidade de trabalhar com um), que tá aqui desde 1500 mais ou menos e faz questão de repetir isso. Só que agora é uma bendita duma estagiária, que está na rabeira da cadeia alimentar. Mas como todo mundo apresenta essa infeliz? Sim, como a responsável pela minha sala que, no caso, sou eu. 

Normalmente eu acho ótimo, porque isso significa que ela vai funcionar de triagem e eu só vou receber as bombas quando estiverem pra explodir, o que faz com que eu pareça muito mais eficiente ainda. Só que tem dias que eu tenho vontade de esganar a pessoa que vem aqui 8 vezes no mesmo dia pedindo pra falar com ela, não me diz o que é nem por um decreto, quando ela chega a pessoa descobre que ela não sabe ou não pode fazer, eu tenho que fazer correndo por motivos de prazo E PODIA ESTAR PRONTO DESDE AS 10 DA MANHÃ.

Mas ok.

Aí agorinha chegou aqui um insuportável pedindo pra ela resolver uma coisa muito boba, que não levaria nem um minuto inteiro. Eu estava concentrada em outra coisa, não dei muita bola, até ela levantar da mesa dela e vir até a minha carregando papéis, jogando na minha mesa (educada) e falando "resolve isso" e sai correndo. Eu, muito fofa e contente, falei "PODE VOLTAR AQUI e explicar o que você quer que eu faça com isso e porque você não fez".

- Ah, é que eu tô vendo um vídeo da minha igreja em tela cheia no computador e vai estragar o CD se eu der pausa pra abrir o sistema.

NÉ?

E é com essa maravilha que eu tenho que conviver todos os dias úteis da minha vida.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Minha cadeira quebrou um mês atrás. Sentei, encostei e fui virando lentamente pra trás até ficar na horizontal (não caí, olha que vitória) e nunca mais poderia usar o encosto. Me desesperei, porque se já estava com aquela cadeira fazia cinco anos, era porque trocar não é fácil. Dei sorte porque estamos no último trimestre, também conhecido como: o desespero pra gastar a verba que ficaram regulando.

Em menos de meia hora depois que minha cadeira quebrou, eu tinha aprovação do chefe pra uso da verba, inclusão de pedido no pregão, pedido aceito, pedido despachado e prazo de entrega de 25 dias.

Pra minha maior sorte ainda, eu estava saindo de férias no dia seguinte, o que queria dizer que minha cadeira chegaria logo depois que eu voltasse. Aleluia.

Saí de férias, esqueci que este lugar existia, voltei de férias, levei 3 dias até conseguir sentar direito na cadeira, encostar e fuonnnnnn, quase cair de novo, porque eu esqueci que tava quebrada. Ontem, uma quinta-feira, umas 15h. Lembrei que a cadeira nova deveria estar chegando e apenas torci em silêncio pra que não demorasse.

Faltando 5 minutos pra 17h, comecei a fechar e guardar tudo, porque tinha que sair na hora exata, por causa de um compromisso. Toca o telefone e é a pessoa das compras avisando que minha cadeira chegou.

- brigada, amanhã cedinho eu pego.
- você não pode pegar agora?
- faz diferença pegar agora?
- faz, porque você assina o recebimento.

Nunca na minha vida eu tive que assinar o recebimento de nada, não tá em nenhuma das cem milhões de regras da burocracia que eu tenho que assinar entregas. Aliás, quem assina é o lugar responsável pela compra, eu assino um termo de compromisso e responsabilidade pelo patrimônio. Mas a fia insistiu.

- tá, mas além do meu nome na nota, que diferença faz?
- o moço te ensina a ajustar a cadeira.

Fui, porque achei que tinha vindo uma cadeira da NASA, com com sinto de segurança, propulsor, cafeteira, massageador. Só assim pra pessoa com dois neurônios precisar de instruções pra usar uma cadeira, né?

A cadeira era normalíssima e qualquer chita treinada usa sem grandes problemas.

Assinei os papéis que eu tinha e que não tinha que assinar, ajustei a regulagem sob supervisão do tio, acabei tudo que tinha pra fazer e perguntei:

- qual é o destino da cadeira velha?
- não sei.

Essa é uma pergunta muito importante, porque as coisas aqui ficam nos nossos nomes, se elas somem a gente tem que pagar. Então tem procedimentos burocráticos (cê jura) pra descarte ou só pra passar pra frente mesmo. Mas tem vias legais pra fazer isso, documentos, mil coisas. Que quem tem que fazer é esse povo do patrimônio, não eu. Eu só tenho que assinar o papel dizendo que é verdade. Mas a infeliz vira e diz que NÃO.SABE., então não sou eu que vou saber.

- vou deixar no anexo da minha sala guardada, então.

A pessoa se altera.

- NÃO PODE, TEM QUE MANDAR PRO DEPÓSITO E...
- ué.
- TEM REGRA, NÃO PODE LARGAR LÁ DUAS CADEIRAS NO SEU NOME E...
- UÉ.
- QUE FOI???????????
- eu acabei de perguntar o que tinha que fazer e você falou que não sabia, eu só ia guardar até você descobrir. 


E é com essa emanação de amor e competência aí que encerramos uma linda semana.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Eu estava de férias, sabe? Eu tava feliz. Eu queria poder viver de férias. E nem é porque tava viajando e aproveitando muito, é só porque não estava aqui.

Bom.

Cheguei pra trabalhar e me vem uma pessoa falando "a Rose te ligou".

Meu amor, não tenho a menor ideia de quem vem a ser Rose, cê vai ter que ser assim, um pouquinho só mais específica.

Aí me explicam a Rose.

Volta pra SETEMBRO.

Um dia toca meu telefone e eu atendo, a pessoa quer pedir meu email pra marcar uma reunião. Não entendo porque não usa A PRÓPRIA LIGAÇÃO que estava acontecendo naquele momento pra marcar reunião. Era o meio de setembro, o documento dessa reunião tinha prazo, eu nunca imaginei que a pessoa teria a capacidade de deixar passar um mês inteiro pra marcar a data. Como eu sairia de férias no meio de outubro, achei que tava tranquilíssimo. Ainda assim, avisei que deveria acontecer nas duas semanas seguintes, EXCLUSIVAMENTE entre 10h e 12h, qualquer dia da semana, desde que avisado com dois dias de antecedência. A pessoa do outro lado deu a entender que um dos participantes talvez não pudesse vir de manhã (não tenho nada a ver com gente que permite que seus subordinados não trabalhem as 8 horas obrigatórias do dia) e eu falei que, num caso de emergência, poderia ser numa quinta-feira, entre 14h e 15h. Qualquer outra tarde seria impossível.

Pois eu nunca recebi o email. A pessoa não deixou nome além de Rose (e isso era só uma abreviação), não deixou ramal, não deixou unidade de trabalho, nada. 

Eu tô bem sossegada, vivendo minha vida, porque se tem uma coisa que isso não é, é problema meu.

Deu meu dia de sair de férias, dei adeus a este lugar pra não lembrar enquanto estivesse fora.

Aí cheguei, botei o pé na sala e nego vem dizer "mas Rose está louca atrás de você".

Problema dela, ué.

Aí a pessoa que me deu o recado me pergunta se eu não vou tentar descobrir onde está a Rose e blábláblá, mando parar de torrar a paciência.

Imaginando que as pessoas tenham algum respeito ou prestem alguma atenção no que é dito pra elas, espero que a pessoa me ligue entre 10h e 12h, que é quando falei que estou disponível. Passa a terça-feira e nada.

Hoje eu até cheguei a pensar nisso quando era umas 11:15h, logo já parei de pensar, porque realmente não é problema meu.

Badala 14h horas no relógio, o telefone toca e quem é? ISSO MESMO. Mas até aí tudo bem, né? Só até a pessoa falar que o negócio atrasou POR CAUSA das minhas férias (não porque ela é irresponsável e deixou passar 60 dias - a essa altura eu descobri que o documento estava aqui desde 12 de setembro) e precisa ser feito urgente, urgentíssimo, AGORA. A fia quis que eu parasse tudo que tava fazendo, no pior dia da semana, no pior horário da semana, pra resolver o problema dela.

Eu fui, né? Porque eu sou trouxa.

E tudo isso porque um aleatório aqui resolveu descumprir uma regra que existe por uma razão bem clara (muito complexo explicar tudo agora), mas que faria com que EU fosse a pessoa que escolhe a hora da reunião. Quase me dá vontade de denunciar pras autoridades competentes que faz um ano que os documentos tão saindo daqui todos errados. Mas se alguém se importasse, já teria pegado esse erro meses atrás.

Que delícia estar de volta.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O cidadão usuário da instituição chega aqui na minha sala, olha pra dentro. Dá a volta, continua andando pelo corredor, olha dentro de outra sala. Desaparece do meu campo de visão, volta e recomeça a procura por alguma coisa que eu espero jamais saber o que é.

Como eu sou a única pessoa visível do corredor, é na minha direção que ele vem. Olha pra mim, eu olho pra ele e... nada.

Veja bem, eu uso um fone de ouvido o tempo todo em que estou aqui. Sons saem do fone apenas de vez em quando, na hora em que resolvo escutar alguma música ou ver algum vídeo. Mas o fone está pregado na cabeça o tempo todo. A melhor parte é que pessoas evitam falar comigo, uma vez que pareço concentradíssima o tempo todo. (Tipo agora, que estão falando absurdos a 2 metros da minha pessoa e eu não sou obrigada.)

Eu permaneço olhando pro infeliz e ele olhando pra mim e eu finalmente pergunto se ele quer alguma coisa.

- você consegue me ouvir?

Ai, meu deus. Segura.

- consigo.

- então, tô aqui.

Não é possível.

- eu consigo ver também, mas o que você está procurando?

Ele diz o nome da minha unidade.

- é aqui mesmo, o que você precisa.

- falar com a pessoa X.

- ela não trabalha na segunda à tarde.

- mas ela me mandou um email dizendo que eu podia vir das 13:30 às 16:30.

- você tem certeza de que ela não disse que isso poderia ser na terça ou na quinta, quando ela trabalha à tarde (eu sei, meus amigos. eu sei.)

- não, tá de segunda à sexta.

- então você me diz o que precisa e eu tento te ajudar.

- eu preciso vir aqui.

- você ESTÁ aqui.

- então.

Gente, sério. Eu tenho vontade de rasgar minha roupa e arremessar mobílias, porque não é possível que seja só eu que não consiga entender o que essa pessoa queria.

- tá, mas pra quê você veio aqui? 

- porque a fulana X me mandou um email dizendo que era pra vir.

- então você vai ter que voltar num horário em que ela esteja aqui.

- você não pode resolver??????

- se você me disser o que precisa, eu posso tentar.

E ficou nisso por uns cinco minutos, até que ele resolveu procurar no celular o que dizia o email. Levou mais de 10 minutos em silêncio.

- moça, aqui diz pra eu falar com X, você ou Z.

- falar.o.que.

- que eu me formei e quero buscar meu diploma.

Me pergunto de onde saiu isso, se ele inventou no desespero, se chutou, se foi inspiração sobrenatural.

- então você está no lugar errado, porque aqui nunca na história foi lugar pra buscar diploma.

O rapaz então começa um chilique e eu espero muito que ele queira ofender um funcionário público no exercício da função, que meu dia tá desanimado e vai ser tão legal chamar polícia federal e fazer um bocó baixar a bola, é sempre uma emoção. Mas acho que ele percebe que está andando em terreno perigoso e para o escândalo por alguns segundos. Eu explico calmamente que em nenhum momento ele me disse o que queria ou por que estava na minha sala e ele insiste que recebeu um email meu (não recebeu). Digo que ele tem que ler bem direitinho quem era o remetente e ele fala o nome da pessoa e é mesmo quem não está aqui na segunda à tarde. Explico que não tenho como adivinhar o que ele quer se nem ele mesmo sabe e ele ameaça o chiliquinho de novo. Falo com ele como se ele fosse intelectualmente incapaz (o que acho que não estava muito longe da realidade) e mando ler o email INTEIRO em voz alta, sem pular nenhuma frase. Ele lê. Como eu já imaginava, no corpo do email tinha instruções exatas do que o gênio precisava fazer. Perguntei se ele entendeu o que leu.

- como assim?

- você acabou de ler o que te mandaram fazer aqui. você disse que veio buscar o diploma e você nem concluiu o curso ainda, de acordo com o que está escrito aí. Por que você mentiu? O que achou que ganharia com isso?

O menino quase desmaia.

- o que você precisa é... 

E eu recito pra ele o que ele acabou de ler pra mim.

Se eu tivesse algum poder nesse mundo, essa pessoa seria impedida de exercer a profissão. Não consegue compreender uma instrução simples (mais de 100 antes dele vieram aqui com pouco ou nenhum grau de dificuldade), não consegue preencher o formulário que faz parte do procedimento (que era exatamente o que o idiota tinha que fazer aqui) e ainda precisou ser lembrado que tinha que fazer isso na última semana de prazo, quando o resto todo conseguiu sozinho.

Não devia ser autorizado a andar sozinho na rua com essa capacidade mental toda aí.

(Tava muito calma minha vida, eu deveria saber.)


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Quando eu cheguei aqui, dez anos atrás, o lugar era uma bagunça. De todas as formas possíveis. Ajudei a arrumar layout das salas, armários, objetos, tudo.

A coisa mais difícil de mudar foi o sistema de arquivo de processos físicos. Era uma gaveta emperrada de um armário de metal que ninguém mais tinha força pra abrir. 

Requisitei um armário com prateleiras - que não veio do jeito que eu pedi, porque no serviço público você se contenta com o que tem e agradece que TEM - e criei um sistema bem simples de organização, que não apenas funciona pro espaço, como funciona pra pesquisa. Caso alguém precise de um processo arquivado, não leva 10 minutos (se a pessoa for muito lenta) pra encontrar.

Fiz, expliquei pra todo mundo, botei em prática, verifico de tempos em tempos se ninguém zoneou nada enquanto eu estive fora. 

Pois existe uma pessoa aqui que não entendeu como funciona o armário e não sou eu que vou gastar meus dias de vida tentando explicar. O problema é que a pessoa se considera chefe da galera. E cada vez que eu tenho que arquivar alguma coisa lá, esse ser humano vem me perguntar se eu lembro qual é o armário de arquivo e como funciona.

Toda.Vez.

- Isso vai pro arquivo. Você lembra como é lá, né? Onde guarda, né? 

Aí um dia eu vou precisar de afastamento por desequilíbrio emocional e vão dizer que eu não tinha motivo.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O serviço público, pelo menos dos lugares onde eu trabalhei, funciona à base de processos. Se você está se perguntando "uéééé, processos", sim processos administrativos. Igualzinho a qualquer outro processo, tem documentos obrigatórios, caminhos por onde tem que passar, assinaturas, decisões, passagem por um sistema eletrônico e por aí vai. Pra mover uma cadeira de uma sala pra outra precisa de um bendito processo.

Minha vida profissional gira em volta de documentos e processos. Todo mundo que trabalha aqui há mais de meia hora sabe como fazer pra que os processos "andem", tanto fisicamente como eletronicamente. Massss, como estamos cercados por gente inteligente e competente, as duas coisas nunca funcionam juntas. Normalmente o processo está aqui na minha mão e não está no meu sistema ou está no meu sistema, mas está em qualquer outro lugar do universo.

Hoje, o processo estava comigo na vida e não estava no computador. Liguei pra pessoa que esqueceu de mandar pra mim.

- oi, aqui é fulana, da unidade tal, eu preciso que você mande o processo nº xxx pra mim pelo sistema.

- mas onde ele está?

- na minha frente.

- e no sistema?

- bom, se eu liguei pra você mandar pra mim, é de se concluir que esteja com você, não?

- mas está comigo?

Não, tá com o papa. Vou apenas pensando até ter coragem de falar.

- e o que você quer que eu faça com ele?

- que mande pra mim, na unidade tal.

Leva menos de 20 segundos pra realizar esse procedimento, mas eu sempre conto com a lerdeza alheia e fui resolver outro problema que não era meu enquanto isso. Devo ter levado 15 minutos. Voltei e nada de o processo estar comigo. Apertei F5 um milhão de vezes e nada. Desisti e fui fazer outra coisa, quando meu telefone tocou.

- oi, foi você que me pediu um processo?

- eu pedi um (repeti o número pra garantir, né?).

- e pra onde é pra mandar?

MINHA NOSSA SENHORA, ACUDA.

Já faz meia hora que aconteceu o último contato e eu não tenho esperança de ver esse processo no meu sistema hoje.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Algum gênio inventou uma regra uns 3 ou 4 anos atrás que faz com que uma unidade superior fique responsável pelo primeiro contato com pessoas que estejam fazendo um tipo especial de concurso, que é realizado por uma unidade subordinada. Acontece que TUDO é descentralizado e decidido pela unidade subordinada. Todas as provas são elaboradas por eles, realizadas por eles, datas decididas por eles, conteúdo liberado por eles.

Por que raios a inscrição pro concurso não é feita lá, é um mistério pra mim.

Adivinha onde são feitas.

Adivinha quem faz.

Pois a pessoa senta aqui na minha frente e, enquanto eu vou fazendo tudo o que o sistema pede - o que demora um pouco -, eu vou lavando o cérebro da pessoa com a informação de que não é pra mim que se pergunta nada. Eu, literalmente, só faço a inscrição. O que cai na prova? Não sei. Quando é a prova? Não sei. Que dia avisam quando é e o que cai na prova? Não sei. Posso fazer sendo graduado? Não sei. Posso incluir que tenho 8 doutorados? Não sei. Se eu tacar a mãe, quica? Não sei. Não tenho como saber porque quem faz a prova não tem interesse nenhum em divulgar isso para outras unidades, incluindo a minha. 

Vou falando isso e avisando pra pessoa o telefone do lugar pra onde ela tem que ligar, das pessoas com quem ela tem que falar, repito isso sem parar. No fim de tudo, quando eu imprimo o comprovante de inscrição pra pessoa, eu repito mais uma vez e escrevo no papel: INFORMAÇÕES: ramal tal, site tal, contato tal. Sério. Sem brincadeira. E quando a pessoa está saindo eu dou mais uma reforçadinha de que não tem que falar comigo NUNCA MAIS, é tudo nesse outro telefone, nesse site, etc.

Meia hora atrás -  não foi a primeira e não será a última vez, infelizmente - ligou uma filha de chocadeira aqui perguntando o que cai na prova. 

E quando eu disse, provavelmente pela trigésima oitava vez que não era comigo, provavelmente pensou "funcionário público é tudo folgado mesmo". 

Já vão orando aí pra que ela não passe nesse concurso, senão é com esse tipo de gente que os usuários do sistema têm que tratar.