quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Quando eu cheguei aqui, dez anos atrás, o lugar era uma bagunça. De todas as formas possíveis. Ajudei a arrumar layout das salas, armários, objetos, tudo.

A coisa mais difícil de mudar foi o sistema de arquivo de processos físicos. Era uma gaveta emperrada de um armário de metal que ninguém mais tinha força pra abrir. 

Requisitei um armário com prateleiras - que não veio do jeito que eu pedi, porque no serviço público você se contenta com o que tem e agradece que TEM - e criei um sistema bem simples de organização, que não apenas funciona pro espaço, como funciona pra pesquisa. Caso alguém precise de um processo arquivado, não leva 10 minutos (se a pessoa for muito lenta) pra encontrar.

Fiz, expliquei pra todo mundo, botei em prática, verifico de tempos em tempos se ninguém zoneou nada enquanto eu estive fora. 

Pois existe uma pessoa aqui que não entendeu como funciona o armário e não sou eu que vou gastar meus dias de vida tentando explicar. O problema é que a pessoa se considera chefe da galera. E cada vez que eu tenho que arquivar alguma coisa lá, esse ser humano vem me perguntar se eu lembro qual é o armário de arquivo e como funciona.

Toda.Vez.

- Isso vai pro arquivo. Você lembra como é lá, né? Onde guarda, né? 

Aí um dia eu vou precisar de afastamento por desequilíbrio emocional e vão dizer que eu não tinha motivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário