terça-feira, 9 de setembro de 2014

O moço do malote sai do elevador lá no quinto dos infernos e eu escuto, de tanto pavor. Coisa mais insuportável é ter que separar malote de quinhentas (sem hipérbole, literalmente quinhentas) pessoas. Aí tem aquela pessoa que mandam pra sua sala pra "te ajudar", mas convenientemente desaparece todo dia no horário em que o malote chega. 

Aí eu escuto o moço do malote vindo de carrinho e penso em  me jogar debaixo da mesa pra ver se milagrosamente a pessoa que teria que separar o malote aparece, mas meu senso de responsabilidade fala mais alto e eu vou tal qual uma vaca para o abate receber tudo o que ele trouxe.

Hoje, especificamente, ele trouxe OITO pilhas de documentos.

Nisso, entra na sala aquela véia senhora que trabalha apenas meio período, porque ela é velha idosa e já trabalhou demais na vida e não é obrigada, dizendo aquele bom dia que é mais uma agressão que um desejo retórico, que obviamente não respondo e aparentemente ofendo a pessoa. Adoro véias vovós.

Pois vendo a pilha infinita de documentos, que nesse momento se esparrama pelo balcão e pelo chão, vira a tia e me faz a seguinte pergunta:

- cê consegue ver aí RAPIDINHO o que chegou pra mim?

Consigo, tia. Consigo muito. 

Aí ela vai embora brava, me chamando de incompetente e dizendo que vai poder buscar só amanhã, porque TEM QUE ir embora meio dia, sendo que o ocorrido ocorreu (risos) às dez horas da manhã e eu, trouxa, fico aqui até cinco da tarde.

E assim começa mais uma semana de alegrias no serviço público.

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